Por Catiane Magalhães Como disse o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (ACM), numa de suas sábias declarações, “mais importante que o dinheiro é o poder”! A afirmação explica e justifica o interesse de muitos por um cargo que lhes proporcione mais visibilidade e status do que um salário oficialmente atrativo. Digo oficialmente porque as cifras impressas no contracheque, por mais significativas que sejam, tornam-se praticamente irrisórias diante da possibilidade de multiplicação proporcionada pelo poder propriamente dito.
Trocando em miúdos, ser poderoso é também garantia de um polpudo salário oficioso. E não sou eu quem diz, os gastos com campanhas políticas estão aí para comprovar que, teoricamente, os investimentos são bem maiores que os retornos.
Sendo assim, será por que há tanta gente que não quer largar as tetas da mãe gentil? E outros tantos disputando, à tapas e farpas, uma vaguinha para sugar e mamar nos seios da pátria amada? Se o médium Chico Xavier estivesse neste plano, com certeza ele psicografaria a resposta dada pelo cacique baiano. Aliás, dadas às devidas distinções do contexto, da época e, é claro, do comportamento, vocabulário, postura e compostura, ACM e Serginho (Ex-BBB) disseram a mesma coisa sobre dinheiro versus poder.
E só citei o Serginho para falar dos colegas, ex-BBBs, que manifestaram interesse pela política. No próximo pleito, por exemplo, possivelmente teremos dois brothers como opção nas urnas: Kléber Bambam (vencedor da primeira casa) e o baiano Jean Willys (que levou o prêmio na quinta edição do reality show).
O primeiro, como já era de se esperar, causou polêmica ao declarar que pretende estudar para aprender fazer política e lidar com pessoas, tendo como principal “mestre” o cunhado veterinário. Errado? Não! Há profissão mais adequada para cuidar de burros? Sinceramente, um povo que elege representantes do naipe de Frank Aguiar, Clodovil, Leo Kret, Netinho de Paula, entre outras “celebridades”, sob o pretexto de protestar pela falta de opção, merece mesmo ser cuidado e receitado por um aspirante a político, aprendiz de veterinário.
O segundo, por sua vez, conta com o voto e a torcida do público gay e simpatizantes para repetir nas urnas a façanha de sair vitorioso, como o fez no Big Brother. E desta vez, o prêmio vai bem além do um milhão de reais, com uma vantagem: a casa que o proporcionará não é, nem de longe, a mais vigiada do País e por mais que façam, ninguém nuca vê ou sabe de nada!
Engana-se quem pensa que as opções eleitorais passam apenas pela fauna. Nossa flora também dá o ar da graça na política, representada pela Mulher Samambaia, e ainda passa pelo setor de hortifrúti, com a Mulher Melão. Se ser feio ainda está na moda eu não sei, mas que entrar para a política agora é uma tendência, isso é. Até a fanqueira Taty Quebra Barraco, autora da pérola, quer garantir a sua pontinha, ou melhor, sua vaguinha!
Que o diga a “delegata” Paty Nuno, que, movida pelo clima de pré-campanha, compareceu ao velório de um amigo jornalista mais enfeitada que jegue na lavagem do Bonfim, ou melhor, como diria uma célebre conhecida, “toda trabalhada no ouro e nos paetês”, com correntes capaz de aprisionar meia dúzia de bandidos, tamanha era o comprimento e espessura dos apetrechos dourados e perolados. Já se achando a estrela eleita esqueceu a cerimônia fúnebre e começou a distribuir sorrisinhos, tchauzinhos e beijinhos aos futuros eleitores. Mico maior que esse foi desistir do cortejo rumo a crematório por não conseguir se equilibrar no salto agulha que teimava em prender-se no piso nada regular do cemitério.
Pelo visto, o caminho direto das delegacias para o palanque não será percorrido exclusivamente pela “delegata”. O seu colega, “doutor” Deraldo, o quase sócio do programa Na Mira, da TV Aratu (SBT), também manifestou interesse em atravessar essa ponte. Este certamente não disputará voto com a colega de profissão, mas com o ex (?) apresentador do programa, o qual há muito alimentou com notícias, como quem o faz com o filho. Sim, Uziel Bueno também é provável candidato a deputado. Neste caso, como diria o próprio, o sistema é bruto, já que o eleitorado é o mesmo!
Trégua mesmo deu o também apresentador, de programa igualmente popularesco, da emissora concorrente (TV Itapoan/Record), Raimundo Varela. Após várias tentativas de entrar para o mundo da política, inclusive com uma candidatura e posterior retirada da mesma, ele desiste definitivamente do sonho. Pelo menos, diretamente.
“Seu Valera”, como é chamado, pretende realizá-lo através da atual esposa. E, mesmo antes da campanha eleitoral ser autorizada, ele saiu na frente, dando a largada, embora nos bastidores, para difícil tarefa de transferir parte da sua popularidade à amada Sheila. Alguém pensou que era pura caridade, e sem qualquer propósito, aquela distribuição de peixes que a moça fez em plena Semana Santa? Isso sem falar da simbologia que o “bichinho” exerce no Partido Social Cristã (PSC), sua possível legenda.
E a lista é extensa. Entre brothers, cantores (dos mais variados ritmos), apresentadores, delegados e mulheres gostosonas, que ganharam evidência devido à seus atributos, ainda sobrou um lugar para o estilista Ronaldo Ésper, que espera abocanhar a vaga deixada pelo colega de profissão, Clodovil Hernandes, morto no ano passado. Quanto à candidatura de Ésper suponho que não precisamos temer, pois ele já mostrou que só rouba defuntos.
Os demais já podem começar a pensar nas propostas e promessas que farão para convencer seu eleitorado, isso é se não tiverem demasiadamente ocupados com a cruel dúvida de não saber que cor pintar as paredes de seus gabinetes (caso sejam eleitos) e que banheiro utilizar. Esta última, é claro, se aplica apenas àqueles com dúvidas sobre a própria sexualidade.
Depois ainda querem me convencer que política nesse país é coisa séria. Aliás, convencida já estou desde que ouvi um humorista global dizer que fazer os outros rir é coisa muito séria e que, portanto, não há seriedade maior que piada. Olhando por esse lado, faz todo sentido!